21 agosto 2010

O BORDADO



Quando eu era pequeno, minha mãe costumava coser muito. Eu me sentava perto dela e perguntava o quê estava fazendo. Ela me respondia que estava bordando.

Sendo eu pequeno, observava por baixo o seu trabalho, por isso eu reclamava dizendo-lhe que só via uns fios feios. Ela sorria, olhava para baixo e dizia: “Filho, vai brincar lá fora um tempinho e quando eu tiver terminado o bordado lhe colocarei no meu colo e você o verá por cima”.

Eu me questionava por que ela usava alguns fios escuros e por que me pareciam tão desordenados desde onde eu estava. Mais tarde escutava a sua voz dizendo-me: “Filho, vem, sente no meu colo".

Eu o fazia imediatamente e me surpreendia, me emocionava ao ver a formosa flor ou o belo entardecer no bordado. Não podia acreditar; por baixo só via alguns fios enrolados. Então minha mãe me dizia: “Meu filho, por baixo se vê confuso e desordenado, porém você não percebia que por cima havia um plano. Eu tinha um desenho formoso. Agora, olhe a partir da minha posição, veja como está bonito.”

Muitas vezes ao longo dos anos eu olhei para o céu dizendo: “Pai, que estás fazendo?”.

Ele me respondia: “Estou bordando sua vida.”

Então eu replicava: "Por que se vê tão confuso? É uma desordem. Os fios parecem tão escuros, por que não são mais brilhantes?

O Pai parecia dizer-me: “Meu filho, ocupe-se do seu trabalho, confiando em mim e um dia o trarei ao céu e lhe porei sobre meu colo, e você verá o plano a partir da minha posição. Então entenderá...”


Autoria incerta.


2 comentários:

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